sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Notas da chuva...


Tem dias que eu preciso ser, mais que eu mesmo,
o mesmo que não tem a obrigação de ser.
Tem dias que preciso de minhas verdades mais
que a mim. Que preciso ser desigualdade.
Que preciso ser saudade. Que preciso sorrir.

Tem dias que preciso apenas usar os braços,
abri-los desatando laços, sorrir pra vida e partir.
Pertir sem rumo, sei lá, pra onde não haja
ninguém, ou simplesmente, para onde haja "eu".

Tem dias que minha memória mescla fatos do
passado com meu presente, e me perco, e me excluo,
e sou ausente. A melhor coisa na vida, é não precisar
ser, é acontecer somente, acordar e se definir vida
em todos os sentidos da palavra.

Tem dias que a palavra brota crua e fere sem querer,
palavra santa é o olhar da lua que nos clareia e nos
deixa ver. Talvez eu ainda não tenha dito nada nesse
texto, sei  lá! Na verdade minha intenção não é dizer,
é ser, os dias que eu era menino, de corpo franzino,
olhar peregrino na beira da praia.

Corria com os cabelos ao vento, testa livre, peito nú
de liberdade, naquele tempo eu era, ouvinte de mim,
dos meus silêncios, de quando eu era palavra nenhuma.
Ah, quantas vezes eu ouvi a chuva! Quantas vezes eu à senti
percorrer meu corpo lizo, me levar ao paraiso, ser todo
"eu sorriso"!

Quantas vezes eu fui... É justamente isso que eu preciso ser,
alvo da chuva, nota sua, porta da rua, sem destino, nem saída.
Eu preciso ser essa liberdade, deixar de ser saudade,
de viver partindo. Eu preciso ser menino de braços abertos
bebendo da chuva, preciso ser vida.

Chuva, desmaia em mim tuas quedas suaves de entrega
completa! Se desmancha em mim!
Me deixa ouvir notas da chuva!
Quero novamente ser presente! Ser eu! Ser poeta!

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Aquele dia ele não voltou. In the Arms of an Angel by Sarah McLachlan on Grooveshark



È triste como a vida as vezes tem o dom de nos fazer sofrer,
É triste como ela tem a mania de nos deixar saudade.
Pensei outro dia nessas coisas e senti o peito sufocar,
Lembrei de um sorriso que hoje não mais tenho, de uma alegria
que hoje não mais me envolve. Lembrei do meu irmão, de suas manias,
dos seus defeitos, de suas fantasias, seus trejeitos. E senti saudade.

Pensei o quanto a morte é cruel. Ela não te da a chance de pelo menos
cumprir, ou terminar alguns projetos e sonhos. Ela simplesmente
interrompe o vivo ciclo da existência, e ocupa o vazio com o nada,
com as lembranças, com a saudade.

Lembro muito bem daquele dia ensolarado, um dia como outro qualquer,
cheio de afazeres e atividades. Ele saiu de casa, com a previsão de voltar,
deu um abraço na mãe, abriu o portão e seguiu, passou no banco onde me
encontrou, me apertou a mão e partiu... com a previsão de voltar.

Aquele dia, ele viu pela ultima vez; o verde da grama nas ruas, o azul do
céu entre nuvens, e o movimento da existência. Aquele dia sua mente costurou
seus últimos pensamentos, sua memória rebuscou suas ultimas lembranças...
suas mãos prestaram as ultimas obediências aos mandados involuntários de
sua coordenação, respirou os últimos ares... sentiu os últimos palpitares do
coração.

Ele queria ser um profissional, concluir seu curso, ajudar os pais e estar 
com a família. Ele estava feliz com o nascimento da minha filha, e planejava
o meu aniversário. Tinha muitas coisas em mente, e em seu mundo imaginário.
Mas aquele dia ele não voltou... Ele não voltou.

Recebemos seu corpo inerte, frio, vazio, sem movimento. Não parecia ser
realidade... não parecia ser verdade... Mas, era. Aquele dia, pensei no
espaço vazio entre as próximas fotografias... Nas pausas engasgadas
num momento de risadas entre a família em alegria. Pensei no seu sorriso
claro, que agora só veríamos em fotos. Pensei na tristeza do natal,
e nos meus aniversários tristes, na curiosidade da minha filha, quando um
dia me perguntar; como era o seu tio. Por que aquele dia ele não voltou...

Não houve um ultimo abraço no pai, não ligou para se despedir da irmã
recém casada, não deu um abraço na cunhada. Por que aquele dia, ele queria
voltar. Não era seu plano partir... Não era seu plano. Mas a morte é cruel...
Não respeita planos. Ela, é cruel.

Mas eu sei, que ainda o veremos, ainda o tocaremos, e sentiremos o calor
do seu corpo num aperto ao peito... Longe da frialdade da devoradora terra
crua. Um dia o-veremos e caminharemos juntos, por outras ruas.

Nesse dia diremos:
"Onde esta, ó morte, o teu aguilhão? Onde está, ó adeus, a tua vitória?"
Eu sei o quanto doí a distancia, o quão é sofrida a saudade. Mas haverá
um despertar... E finalmente, o nosso ultimo inimigo; a morte, já não haverá.

Eu sei que esse texto não precisava existir, ou deveria ser menos triste e tocar
menos do que tocou. Mas esse texto tem que chorar também as minhas lagrimas
e rezar também a minha dor. Eu sei que esse texto é triste... Mas esse texto só existe,
por que aquele dia... ele não voltou...

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Vida à todos pulmões!




Talvez essas letras não toquem a alma de todos,
Mas quero expor aqui algo que toca a minha alma.
Sabe..? Às vezes começo o dia com uma prece
e um olhar longe que flutua leve por ares
distantes e breves, de um desejo que talvez
a alma rasgue-se de não aguentar.
Tem dia que meu dia começa nublado, e uma
sombra de voraz catadura me invade e inquieta
o olhar frio. Minha mente tece em meio à prece,
fontes de sonhos tal qual um rio, e corro,
e percorro o trajeto que percorre a poesia,
sinto-me completo, sou poema e dialeto,
linguagem da existência no raiar do dia.

Hoje experimentei essa sensação, a única
sensação que nos faz perceber ainda humanos.
Aquele sonho de ser feliz, e dividir felicidade.
Sim! Aquele sonho e desejo de sorrir a qualquer
custo, de viver a vida, e mesmo de susto, sorrir...
Aquele sonho te tocar a pele de quem amamos num
calor desenfreado de um simples abraçar.
Aquele sonho de ser real. De ser igual. De amar.

Hoje eu ponderei nessas coisas;
Pensei que a vida é a mesma para todos, e não
adiante questionar posições sociais, raça, cor
idioma, ideologia ou crédo.
A vida é quebrar segredos sutis. É viver sem medo.
É acordar cedo. É ser feliz, a qualquer custo feliz.

A vida é sorrir pra fora. É sentir o perfume de
um peito que aflora a alma. É não querer ir embora.
É esquecer da hora num olhar que acalma.

viver é ser criança. É entrar na dança e fazer passos
bizarros. É ser andança, quebrar balanças, apagar cigarros.

Viver é evitar curvas. Tocar sem usar luvas. É dividir
guarda-chuvas e compartilhar gargalhadas eufóricas!

Talvez você não perceba, mas nesse exato momento
uma criança nasce na Alemanha, no Japão, na China,
na Mongólia. E quando nascerá em você?!
É preciso perceber a vida com essa perspicácia
ou então à deixaremos passar despercebida.

O sol nasceu hoje. O por do sol nascerá hoje.
E você não pode esquecer-se de nascer.
Esvazie-se de si. Viva a magia que cada dia trás.
Seja hoje a sua poesia. Viva esse dia com gosto de
quero mais.
Abra os braços e abrace a vida! Refaça o que o
infortúnio desfez. Porque não importa por quantas vezes
as lagrimas se repetiram:
A vida, essa magia, só acontece uma vez!

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Os dias que não sou...

Tem dias que não sou eu...
Que as lagrimas dançam timidas e não rolam,
Que a face desnuda é úmida
e as tristezas não choram...

Tem dias que sou fuga,
Madrugada cruel,
chuva timida,
Cinza do céu...
Sem azul.

Tem dias que sou casca
Das que não racham facilmente.
Que sou semente, que germina e morre
Que sou rio que não corre.
Das águas que não são.

Tem dias que visto tristeza,
Manto negro/ Peito vazio.
Soluço sozinho.
Sem solução.

Tem dias que minhas escritas
São penosas,
São pesadas,
Prensadas, chorosas.

Tem dias que não sou...
Aqueles dias frios,
finos, canção de sinos,
Folha seca que voou.

Sou vacuo, mormaço,
Luz negra, poeira ao vento
Que vai e ninguém percebe,
e não faz falta, e não volta.

Tem dias que não volto
E ninguém vê...

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Memória.



Minhas entranhas inibem meus prantos,
Num contido lamentar, em tantos
prantos que em todo canto
fervilho eu.

Minhas mãos mancham meus mantos,
E sangro tanto,
Sangue não santo,
Que de mim verteu.

Compulsoriamente fervilham meus olhos
vertentes de dor
No meu desamor
que à tanto me alui

Sangro e lembro
do tempo que eu não tinha razão
quando não era só solidão
Do homem/menino que um dia eu fui.

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Ocaso.



Ri-se em frouxos e curtos passos,
Sem medo, e afino...
_Pedal,terra,esporão!
Pardal, serra, verão!
Corpo franzino.

Ri-se em frouxo peito descampado,
Desbrava a vida, amparado e peregrino...
_Noite,pião,quimera!
Manhã, gamão, primavera!
Corpo/destino.

Corre a vida. Perde-se o tempo.
Amarga-se por dentro.
Pobre menino...

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Gotejo



Gotejara meus olhos
em plena noite fina que surgia,
Gotejara min'alma
que em tua retina se ardia

Gotejavas em mim,
Se derramavas em mim,
E se entregavas todinha

Gotejara teus olhos
e derramara teus cantos,
Me contara segredos
Revelara teus prantos

Gotejavas em mim,
Se derramavas em mim,
-Ressalto que chovia-

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Tempos



_Ela era sonho,
Ele, fantasia...

Mui dignos dos versos que esponho,
Viviam amor, que em sonho se ardia

Ele, valente ser Homem,
Ela, fria primavera...

Se arrastavam pelas vidas que não eram,
Se afligiam pelo amor que não viviam

Ela, lua de cor em prata,
Ele, paixão da cor que mata...

E grito e canto e finjo que sou,
Quando deixo de ser [...verdade]

Ele, o que restou.Lembranças
Ela, o que ficou. Saudade.


 

domingo, 9 de setembro de 2012

Apagaram-se as rosas.



  Apagaram-se as rosas,
  Mas quem acendeu teu cheiro em mim?

  És tu, saudade indefinida?
  És tu, necessidade bruta e franca?
  Que no vazio da noite lanças angustias
  brancas?
  Ou é o contexto miserável da distancia ardida?

  Apagaram-se  as rosas,
  Mas quem me incendiou?

  No contexto central da saudade mórbida
  Estavam apagadas as minhas memórias de ti.
  Pelo menos pensei que estivera. Mas, és desenho
  feito a punho, que pensei ser rascunho, e não era.

  Apagaram-se as rosas,
  E pra onde fui eu depois que te ví?

  Te ví, não como a realidade existencial num ato,
  Mas na clausura libertina de meu tato,
  Desenhei-te como em sonho, e em face de meu
  desejo medonho, justificado estou de fato.

  Apagaram-se as rosas,
  E de mim, o que sobrou?

  A não ser o espectro sombrio da saudade tua,
  Não há em mim vigor algum que eu possua, ainda.
  A não ser imagens cruas da despedida,
  Nada em mim continua... Nem sonho... nem flor
  Nem perfume de amor, e muito menos a vida.
 
  [...] Saudade é morte que não tem fim!
 
 

terça-feira, 31 de julho de 2012

Pranto.


Perdoa amor... quando me vires tristonha,
Numa melancolia nefasta e medonha,
E não quizer disso te dar razão.
É que não quero te insistir pra ficar,
Se tens asas podes voar,
Mas se voando me vires chorar;
amor... perdão!

segunda-feira, 30 de julho de 2012

Lábios.


                                                               Temo sumir nas caricias desse teu desejo,
                                                               Mas nas delicias que teu sabor me trás,
                                                               Me perco por querer e quero mais,
                                                               Desaparecer nos mimos do teu beijo

                                                               Aproveito cada segundo de ensejo,
                                                               Mergulho fundo no sabor da boca tua,
                                                               E submergido em nossas linguás nuas,
                                                               Amo tua boca e nela me despejo

                                                               Teus lábios em meus beijos
                                                               Me oferecem teu espirito
                                                               Numa transcorrencia pura e calma

                                                               E na moldura do teu corpo,
                                                               como se entrega ao poema o poeta louco
                                                               Te entrego toda tua; a minha alma.

sexta-feira, 27 de julho de 2012

De perdoar.

Eu, frágil essência da existência dissoluta
Mesmo em face de meu ego em despejo
Aprendi a controlar o impeto de meu desejo
E subjugar o querer de minha força bruta


Aprendi a duvidar da minha idiossincrasia
Respeitando o fracasso e queda alheia
Libertando meus punhos firmes de cadeias
Que me deixavam longe da sublime alegria


Aprendi que não há nada mais racional
E de forma nenhuma igual
A consequência do amor em ação


Aprendi que o efeito do amor é amar
Que o preço do amor é se dar
E que o fim de ambos é o perdão.

terça-feira, 24 de julho de 2012

Asas/solidão (...)

Criei asas na solidão do meu caminho
Voei por cantos que não queria ir
Cantei canções que não sei repetir
Fui anjo enquanto era eu sozinho.

Criei asas e arranquei penas na dor
Ferido sozinho aprendi a sofrer
Pouco a pouco na vida aprendi a morrer
Até que te ví portando o meu amor.

Hoje posso dizer-te que aprendi a amar
Que me dividindo contigo aprendi a sonhar
Que ao teu lado encontrei o prazer.

Contigo deixei de fazer arranjo
Aprendi a brincar de anjo
E as asas que eu tinha, troquei por você.

segunda-feira, 16 de julho de 2012

A lua e a lama

 
   Houve um silêncio incontido na terrível discrepancia
   Enquanto andava reflexivo  e inconstante
   Ao observar o reflexo da beleza tão distante
   E assustarme com a heterogênea união a distancia.
   
   Era um amor supreendentemente lírico e voraz
   De um lado; um ser rebaixado ao desprezo humilhante
   Do outro; um ser sublime e exaltado, de beleza apaixonante
   Envolvidos num amor como os de muito tempo a trás.

   Era a lama no chão,
   Se derramando em paixão,
   Cruzando os meus passos, estendida na rua.

   Era a lama que ninguém da valor,
   Que apesar de seu dissabor,
   Fazia amor, com o reflexo que tinha da lua.

terça-feira, 10 de julho de 2012

Sertões

Eram sertões; os meus instantes sozinhos
Sem amparo, em desespero abracei a solidão
Madruguei noites frias no meu sertão
Cantando melancolias á lua, do meu cantinho.

Eram sertões; os meus desejos de amar
De cruzar horizontes de mãos dadas
De vagar em dois, na mesma estrada
De ganhar um amor, e de reencontrar.

Eram sertões quando eu chorava
As lagrimas que de mim rolavam
Na saudade do amor que ficou para trás

Eram sertões; quando não te tinha
As noites em que tu não vinhas
Eram sertões... já não são mais.

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Meu desejo de ti.

                                                                                   
                                                                    

Beijei teus olhos dentro de mim
E fui mais eu assim...
Fui mais eu, quando te ví
no espaço que os meus braços
não alcançam.

Beijei teu sorriso dentro de mim
E fui mais eu assim...
Depois que te sentí
Bailar em meus braços,
no infindo espaço
que só os meus sonhos dançam.

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Cativeiro.

Fechei meus olhos para te encontrar
E me lancei fundo por curvas tuas
Me perdi vagando lembranças nuas
No mais tenro desejo de te amar.

Senti queimar o peito fundo
Na tua presença que tão minha senti
Na penosa indolência em que te ví
Vagando por outros rumos no mundo.

Abri meus olhos para ver quem era eu
O puro latejo da ferida que doeu
Abri meus olhos para ver a realidade.

Entendi que as coisas são o que são
Que a minha dor; tua paixão
E o teu amor; minha saudade.

quinta-feira, 28 de junho de 2012

Eu, você e a canção.


Uma canção gemeu baixinho no rádio. Eu acordei
Tinha notas que lembravam o nosso amor. Eu te lembrei
Chovia fino por trás da janela. Eu recordei
Imaginei a tua face tão bela. Eu te amei
A canção falava de saudade, e eu confesso na verdade,
que no fim dela; Eu chorei.

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Um minuto.


O tempo se dissolve na pura ânsia,
As palavras bailam no tímido vocábulo da ausência,
A saudade se envolve no profundo rasgo da essência,
E as lembranças choram forte a distancia.

A insegurança definha ao lado da vaidade,
A memória costura pontos de ternura,
As lagrimas se misturam com a loucura,
Se carpindo em prantos na saudade.

O medo de perder a quem se ama dói fundo,
O medo da partida é o maior do mundo,
E transforma o temor em um sofrer assassino e  dissoluto.

Quando se ama completamente... de verdade,
Se perde a noção de instante e eternidade,
Toda a distancia é saudade, ainda que seja; um minuto.

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Essência.




Existem coisas na vida que nunca terão explicações.
E existem saudades, que nunca serão sanadas.
As vezes sinto que não vou crescer o suficiente
para ser completo e pleno. E sei que nunca mais,
serei aquele menino vestido de vento e chuva,
fantasiado de sol, e perfumado de lua.
As coisas mudaram. Tudo muda... Sempre muda.
Agora a moda é; terno de concreto, sapatos metálicos,
cintas digitais, cadernos virtuais, óculos em HD
e lazer em 3D. As coisas sempre mudam...
Mas, ainda sinto o cheiro de terra molhada
no quintal da minha memória.
Cria-se tecnologias, do Macro ao Nano, do Analógico
ao Touch Screen, do Mega ao Téra,
e as nossas palavras são ditas em código Binário.
Mas eu ainda vivo no mundo imaginário,
desenhado na minha memória.
O tempo passou rasgando calendários, mas o tempo
foi regente da nossa historia.
Tudo mudou... as coisas lá fora, mudaram...
Mas, eu ainda estou aqui, dentro de mim.
O mundo vê a vida em resolução de 1080Megapixels.
Eu porém, ainda te amo em preto e branco.
O nosso amor, resiste ao tempo, ele não muda,
ainda somos crianças brincando na chuva,
sonhado em amar e sermos felizes, antes que a tempestade acabe. 

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Nosso canto.



Tenho reservas dentro de mim,
Num canto guardado que não maculei,
Num canto que em segredo, eu decorei,
Que é do meu amor, e também é meu enfim.

Pintei o nosso canto em uma tela,
Uma bíblia sobre a mesa, e uma luz acesa,
Orações de fé, de joelhos, e de certeza,
E no meio de tanta leveza, o lindo sorriso dela.

Pintei o nosso canto em uma tela...
Nunca ví, e nem imaginei coisa tão bela...
Tão bela, quanto o canto de sua voz.

Planejei esse lugar pensando em você,
Pra conservar puro o nosso prazer (...)
Para ter Deus, habitando entre nós.

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Eu quero poemas outra vez.




Eu quero poemas outra vez, ao acordar em teus braços
e sentir que o tempo parou... e que paramos nele.
Eu quero manhãs de sol, e o sol do teu sorriso
ao me iluminar, e a todo o espaço do lugar... do amor
que a gente teve.


Eu quero a liberdade de amar o teu olhar,
de poder te tocar, e me perder em tua pele.


Eu quero poemas outra vez, depois de uma tarde de chuva
sentado na varanda ao som da nossa canção de amor.
Eu quero ver a juventude partir, dando espaço para as
lembranças que farão morada nos nossos desejos.
Eu quero na boca o beijo, que a gente nunca beijou.


Eu quero olhar teus olhos claros, num sorrir profundo
e raro, que só nós podemos ousar.


Eu quero poemas outra vez, e te acordar depois de um
pesadelo, pra te fazer dormir afagando teus cabelos.
Eu quero poemas outra vez, e dizer no meio da tua
euforia; que te amo, com simplicidade.
Eu quero poemas outra vez. Eu quero a nossa vontade.


Eu quero te colocar uma flor por trás da orelha,
numa tarde sombria ao passear pelo jardim.


Eu quero poemas outra vez. Eu quero pensar em você
e outra vez lembrar de mim.
Quero ser a carta de amor que não te mandei, e todas
as manhãs quero me repetir. De novidades... De novidades.
Quero sorrisos, e abraços, e verdades... e verdades.


Eu quero novamente ser o poema que um dia a gente foi,
fazer um poema de nós dois, e da saudade... e da saudade.




terça-feira, 5 de junho de 2012

Encontros.


A distancia tem sido a maior barreira para corações apaixonados.
A saudade tem sido a maior tortura para olhares desencontrados.
E as decepções tem sido o desafio para amar outra vez.

Sonhos se transformam em pontes, e a espera em motivação.
A vida cria as cenas perfeitas para o amor entrar em ação.
E o amor refaz os encontros que talvez o medo desfez.

Quando o coração apertar, e a saudade doer dentro do peito,
Quando a chuva chorar a tristeza de um acinzentado dia,
E a temperatura gritar alto a minha solidão. Direi dentro de mim:
Choverá outra vez sobre dois corpos abraçados.

Mostrarei que o amor não é esperar a chuva passar,
É ensaiar a felicidade na chuva e estar sempre pronto,
Mostrarei que o amor se repete enquanto eu quiser amar,
E que o amor não se esconde, se prepara para o próximo encontro.

O amor não desiste...

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Sobre amar.


De todos os dons e sentimentos mais aprazíveis do mundo,
nada esta em maior escala e maior evidencia de prazer
do que amar.


Amar, é sorrir por dentro mesmo sem grandes motivos,
é cultivar uma esperança involuntária, que nunca morre.
Há quem diga que já sofreu por amar, que amar dói,
queima, arde. Há quem diga que de todas as consequências
de amar, por mais dolorosas que sejam ainda assim são
menores que a dor de não ter um grande amor.
Dizem que, quem não ama está vazio. Eu digo que quem não
ama; "não está".
Amar, é viver procurando motivos pra ser feliz, ou
melhor, amar é ser feliz mesmo sem grandes motivos.
Amar, é vigiar as estrelas do céu e se sentir protegido,
é contemplar a beleza da lua e se sentir vigiado,
é pisar descalço no chão e se sentir amparado, é
respirar bem fundo, é preencher de ar o pulmão e se
sentir completo, é ver a vida bem de perto, é andar
descamisado ao sol e se sentir abraçado.


Amar, é nadar nu entre versos, é se encontrar lá no
fundo, é ter um caso com o "EU" mais profundo, é ter o
dom de ser livre e desvendar universos.


Amar, é se entregar pra si mesmo sem hora de ir embora,
é ser feliz por sentir sempre a mesma alegria,
é fazer amor com os versos que formam a poesia,
como o amor que faço, com esse poema agora.

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Mar, meu.

As ondas do mar agora estam brandas.
Chegam rasteiras, na beira da areia,
Se desmancham em espumas brancas
ante aos meus pés descalços.

As ondas do mar ainda são as mesmas,
Quem mudou fui eu. Elas continuaram
seus infindaveis tragetos de idas e
voltas á essa mesma praia.

Elas se formam longe, onde o mar se
esconde, e correm apaixonadas ao
encontro da areia da praia, onde
desaguam de amor enquanto desmaia.

Eu tambem vou e volto, das minhas
idas. Das minhas vindas. Eu tambem
as vezes me solto, das minha teias
e venho encontrar. O meu eu perdido
na beira da areia, de frente pro mar.

O mar me diz muito, me trás canções,
me fala fundo. O mar, me é profundo,
me trás recordações que sempre me
encontram de pé na areia, a pensar.

As vezes penso, que o mar será
sempre o mesmo mar. De idas e vindas,
de ondas apaixonadas, de areias
acomodadas á se espalhar.

Penso que não haverá mudanças,
que esse movimento continuo nunca
acabará. E isso é bonito de se ver,
é lindo de viver, de se admirar.

De frente pro mar, aprendi grandes lições.
Aprendi que posso sempre o contemplar,
que o mar sempre haverá. Mas aprendi
também, que melhor que o admirar, é
tomar posse dele, num profundo mergulhar.                                                         
                                                                       
E sermos então somente um.
O mar e eu. Eu e o mar...                                    

segunda-feira, 21 de maio de 2012

O poeta.


                                                               Nem sempre o poeta fala do que é seu,
                                                               Mas toma como seu, o que lhe compete falar.

                                                               Sente saudades sem saber de que,
                                                               Chora as verdades, de dores que lhe cabe escrever.

                                                               Vê a vida por óticas alheias, sente dores sentidas,
                                                               Abre muitas feridas e tem outros sangues em suas veias.

                                                               O poeta é um "fingidor" diz a poesia.
                                                               Não que finja sentir dor. Mas é que as vezes sente dores,
                                                               que lhe são fantasias.

                                                               Escreve de mundos, mergulha bem fundo,
                                                               navega nos rios da emoção.
                                                               O poeta é profundo pois escreve com o coração.

                                                               Sorri com a alma, em palavras que acalma o abatido ser.
                                                               O poeta a vezes chora por dentro, e é de dentro que
                                                               lhe vem os segredos do escrever.

                                                               Interiorisar-se é a prece do poeta. Introspecção,
                                                               solitude, aprofundar-se é estar sempre alerta.

                                                               Fala de amores, de paixão, de saudades. Descreve dores,
                                                               desilusão. Descreve verdades.

                                                               O poeta é o contraste de um mundo negro sem saída.
                                                               É um pregador entre ossos secos, lhes falando de amor...

                                                                [...lhes mostrando a vida].

terça-feira, 15 de maio de 2012

Vertigem.



                                                   As coisas perdem o sentido num alvoroçar de sentimentos,
                                                   Se perdem cores. Se perdem sabores. Se perdem os tempos.


                                                   Tudo gira ao redor. E a vida passa despercebida.
                                                   Brincamos de sermos um. De sermos nós. De sermos vida.


                                                   As palavras encontram rumos desencontrados, despertam
                                                   mundos desacordados e voltam ao fundo de nós dois.


                                                   Sem medo, sem segredo, sem temor. Nos vemos através
                                                   da distancia. Sem receio, em desvaneio, sem pudor.


                                                   Nos tocamos sem uso do tato. Sentimos reações de toques
                                                   imediatos. No delirar da pele quente, quando o tom da
                                                   voz envolve a gente, no ápice da situação. Falamos de
                                                   sonhos e De mudanças. De amor... De sabor... De emoção.


                                                   As coisas passam rápido do lado de fora do convés,
                                                   e o mundo parece pequeno agora, abaixo dos nossos pés.


                                                   Dominamos espaços, navegamos abraços, e sabemos voltar.
                                                   Vês a vida em meus olhos, e em teus olhos á posso achar.


                                                   Falo agora dos encontros que em parte tivemos,
                                                   de momentos que só nós sabemos; foi pura emoção.


                                                   Das emoções puras que foram realidades completamente,
                                                   de tantas coisas dentro da gente... [na imaginação].

sexta-feira, 11 de maio de 2012

Entardecer.




                                                 Caia a noite serena, acompanhada de estrelas e luar
                                                 E como em todas as outras noites, havia teu rosto
                                                 meigo... brando... cedo. Havia tuas mãos, teu colo,
                                                 teu cheiro, havia paz e eu em teus braços a ninar.

                                                 Havia meus pequenos olhos fitos nos teus, como a
                                                 entender tão sublime amor, como a tal intenso
                                                 amor denunciar. Sussurravas cantigas de amor,
                                                 me abraçavas com tanto calor e ali querias ficar.

                                                 Contemplavas minha face como se pudesse tocar
                                                 a face de DEUS, sonhavas acordada com dias
                                                 distantes de minha mocidade quando meu nome
                                                 chamasse e de pronto viesse atender teu chamar.

                                                 Sonhavas com meus primeiros passos em tua direção
                                                 buscando teu amparo em passadas tremulas,
                                                 balbuciando palavras pequenas com afeições amenas
                                                 num querer desesperado abraçar a tua, tão minha mão.

                                                 E o tempo passou, como uma chuva de verão
                                                 no fim de uma tarde quente, em que o cheiro
                                                 da terra molhada inspira a gente, a sonhar mais,
                                                 a desejar mais, vida... amor... paz e bis.

                                                 E o tempo passou,
                                                 E quem diria, hoje eu sou teus braços fortes,
                                                 espelho daquilo que um dia contemplastes com
                                                 desvelo, hoje sou teu espelho, dono do meu nariz.

                                                 Foram tantas coisas vividas, tantos serenos
                                                 passados em que oravas por mim, tantas noites
                                                 mau dormidas, foram tantas desilusões na vida
                                                 e por não desistires, hoje estou aqui.

                                                 Mãe eu cresci, meus braços já estão fortes
                                                 e agora sou eu quem deve te fazer ninar,
                                                 mas num ninar breve de despertar leve,
                                                 de despertar...mãe! de despertar!

                                                 Caiu a noite serena, acompanhada de estrelas e luar
                                                 e como naquelas noites, agora vejo teu rosto
                                                 meigo...brando...cedo. Mas mãe agora eu tenho medo,
                                                 por que ainda é cedo pra te fazer ninar.

                                                 Mas, dorme mãezinha...dorme no teu descansar,
                                                 Acabou teu labor, acabou teu pesar.
                                                 Dorme mãe querida que graças a ti, tenho em meus
                                                 braços muita vida, que de ti pude herdar.

                                                 Dorme na paz que me destes em teus braços,
                                                 Dorme que hoje sou crescido,
                                                 Dorme que a vida me ensinará,
                                                 A te lembrar...a te lembrar.

                                                 Me ninastes em teu colo mãe querida
                                                 enquanto eu surgia para vida,
                                                 e hoje nessa tua despedida,
                                                 Sou eu que estou aqui, a te ninar...a te ninar.

domingo, 6 de maio de 2012

Distancia

Se hoje me fosse o ultimo dia de vida,
Meu ultimo desejo seria vê-la.
Se meu ultimo desejo pudesse realmente
ser atendido.
Me abriria o peito num escancarar
de desejo sentido.
E num ultimo pedido, desejaria te-la...


Se me fosse cabido decidir nosso destino,
Diria dos milhões de motivos, pelos quais
nos merecemos.
Diria de meus anseios inibidos.
Diria de quanto tenho sofrido,
Diria, que é por sonharmos o mesmo sonho,
que de saudade não morremos...


Se me fosse permitido expressar
publicamente meus sentimentos.
Diria o quanto dói te amar calado.
Diria que te amo, a cada momento,
E que, de tudo que tenho de peito a dentro.
O nosso silêncio,
È do amor,  meu maior fardo...


Mas, na impossibilidade de dizer-te
Tais coisas.
Deixo a vagar meu pensamento
Na direção do teu.
E na minha insanidade te julgo culpada.
Mas por nossa timidez, tão culpada tu és,
Quão culpado sou eu.

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Fim de tarde


                                                                   Que saudade é essa que não sei de onde vem?
                                                                   que tem cor de solidão,
                                                                   que tem dor de ser paixão,
                                                                   que tem nome de ninguém?


                                                                  Tenho saudades que o tempo não apaga,
                                                                  que o vento sempre trás...
                                                                  Saudade que pouco a pouco me amarga,
                                                                  que pouco a pouco me dói mais...


                                                                 Tenho saudade que mesmo doendo, as vezes me faz bem.
                                                                 Saudade que me faz renascer refletindo a tarde finda...
                                                                 Saudade que as vezes é bem vinda,
                                                                 mas que não sei de onde vem...

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Sede

Tenho sede de amor...
De um amor que as palavras
não podem descrever,
De um certo amor que os poetas
ainda não conseguiram definir...
De um amor que me abrace com
o mais terno abraço,
que consiga entender meu olhar,
de um amor que saiba me amar,
que alivie o meu cansaço.


Preciso de um amor...
Daqueles que não se esquece mais,
De uma amor que compreenda
o meu silêncio...
De um amor que não precise
me dar respostas, mas que
ame as minhas perguntas...
De um amor que traga meu
lirismo de volta,
que me prenda ao coração,
que me solta...


Tenho sede desse amor...
E quem me dera saber onde se esconde,
em que peito pulsa,
em que alma bate...
Quero esse amor,
tanto como quero o ar,
tanto como o posso sentir,
tanto quanto o posso amar.


Tenho sede de amor...
De um amor que me traga flores
na primavera,
que me aqueça no inverno.
De um amor que mude o meu olhar,
que me faça me sentir onde estou,
de um amor que vague por mundos,
que me encontre lá no fundo,
e que possa me levar...


Tenho sede de amor...
de sentir...
de amar...


 

terça-feira, 24 de abril de 2012

Decisões...



Temos a mania de esperar que a vida faça por nós
aquilo que é nosso dever.
Esquecemos que a vida é um grande desafio e que a
todo tempo sou eu quem decide lutar a próxima batalha.
Não entramos pra vida com a opção de viver,
já entramos vivendo.
A vida é feita de decisões e optar não decidir
já é decidir não mudar.
Cada passo que damos muda todo o destino.
Talvez passemos a vida inteira sem saber escolher
ou sem querer decidir e isso também nos trará marcas.
Algumas marcas na vida nunca cicatrizarão, são ofensas
que causamos a nós mesmos e aos outros, porém devemos
seguir assim mesmo e entender que o perdão mais
importante não é o que compro da minha vitima,
é o que ganho de mim mesmo.
Cada decisão que tomo na vida atinge inquestionavelmente
outras vidas, e assim seguimos tecendo uma teia de
aprendizado e vivencia que pode nos apanhar na próxima ação,
pois a vida é redundante pra quem não aprende com a
primeira queda.
Aprenda então que PALAVRAS ferem,
que o ADEUS machuca,
e que o PERDÃO pode mudar toda a história.
A vida é um enigma decifrável.
Viver é buscar na próxima estrofe a rima certa
e saber conjuga-la ao verso que ainda não foi dito.