quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Ocaso.



Ri-se em frouxos e curtos passos,
Sem medo, e afino...
_Pedal,terra,esporão!
Pardal, serra, verão!
Corpo franzino.

Ri-se em frouxo peito descampado,
Desbrava a vida, amparado e peregrino...
_Noite,pião,quimera!
Manhã, gamão, primavera!
Corpo/destino.

Corre a vida. Perde-se o tempo.
Amarga-se por dentro.
Pobre menino...

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Gotejo



Gotejara meus olhos
em plena noite fina que surgia,
Gotejara min'alma
que em tua retina se ardia

Gotejavas em mim,
Se derramavas em mim,
E se entregavas todinha

Gotejara teus olhos
e derramara teus cantos,
Me contara segredos
Revelara teus prantos

Gotejavas em mim,
Se derramavas em mim,
-Ressalto que chovia-

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Tempos



_Ela era sonho,
Ele, fantasia...

Mui dignos dos versos que esponho,
Viviam amor, que em sonho se ardia

Ele, valente ser Homem,
Ela, fria primavera...

Se arrastavam pelas vidas que não eram,
Se afligiam pelo amor que não viviam

Ela, lua de cor em prata,
Ele, paixão da cor que mata...

E grito e canto e finjo que sou,
Quando deixo de ser [...verdade]

Ele, o que restou.Lembranças
Ela, o que ficou. Saudade.


 

domingo, 9 de setembro de 2012

Apagaram-se as rosas.



  Apagaram-se as rosas,
  Mas quem acendeu teu cheiro em mim?

  És tu, saudade indefinida?
  És tu, necessidade bruta e franca?
  Que no vazio da noite lanças angustias
  brancas?
  Ou é o contexto miserável da distancia ardida?

  Apagaram-se  as rosas,
  Mas quem me incendiou?

  No contexto central da saudade mórbida
  Estavam apagadas as minhas memórias de ti.
  Pelo menos pensei que estivera. Mas, és desenho
  feito a punho, que pensei ser rascunho, e não era.

  Apagaram-se as rosas,
  E pra onde fui eu depois que te ví?

  Te ví, não como a realidade existencial num ato,
  Mas na clausura libertina de meu tato,
  Desenhei-te como em sonho, e em face de meu
  desejo medonho, justificado estou de fato.

  Apagaram-se as rosas,
  E de mim, o que sobrou?

  A não ser o espectro sombrio da saudade tua,
  Não há em mim vigor algum que eu possua, ainda.
  A não ser imagens cruas da despedida,
  Nada em mim continua... Nem sonho... nem flor
  Nem perfume de amor, e muito menos a vida.
 
  [...] Saudade é morte que não tem fim!