quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Sou.



Eu me descobri na queda quando valsei meu tombo
e quantos catombos na valsa da queda ensaiei?
Pisei passos de pessoas presas e passas pela dor
por deixarem de ser uvas e me afundei.
Vaguei curvas... que foram
infindas dentro de mim. Degustei uvas, submergi...

Revirei meus cantos e descobri cacos,
quem dera fossem cacoetes as quedas, os macetes,
os tombos que caí...

Fui chuva no fim de tarde de verão que teima,
fogo que arde, o amor que engana. Fui pura chama
que inflama da paixão que queima e fiquei só.
Fui pó dos passos, cinza, brisa, mormaço!
Fui soneto, sono, sonolento. Fui rua, estrada,
fui nada, fui gueto. Pensamento. Mudança.

[... E mudança é um mundo que termina enquanto outro
começa dentro de mim].

Então sou fim e recomeço a parte que conheço
das partes que partem para o fim em consentimento.
Sou tudo. Vida. Morte. Renascimento.
[... E tudo é poesia].