quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Brisa


Um suspiro... e uma ponte sobre a lucidez
-sonho acordado- de outros outonos e outros setembros.
Ah, quem dera, quem dera!
De novo outono ou primavera!
...E manhãs aveludadas de teu ventre em pele nua,
Quem dera ser tua,
como em outros ventos que nos lambiam a meia tarde,
mas a verdade é que o tempo passa,
o fogo se acaba em fumaça,
e até o nosso, que em mim ardia
virou suspiro na tarde meia,
virou palha que se incendeia
e sumiu na ventania...


 

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Travessia



Nas palavras rebuscadas onde repousam melodias
encontrei fuga e liberdade, bebi fé e rebeldia...

Entre o "eu" mais pungente e a ardente sinfonia
onde mora a vertente da inocente ironia
vi raiar luz e flora, ontem e agora, vi tristeza e alegria...

De tais verbos e complexos fonemas, onde moram as tais
rimas, fiz-me cama onde encima dormiram meus poemas...

E assim, brincando com palavras pra esconder melancolia,
descobri tudo e nada, desvendei filosofias.
Fiz de noite o meu sereno, fiz de claro o meu dia,
Fiz-me grande e pequeno. E na dor fui travessia.

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

You should be here...

...Desliguei o abajur, que de luz mansa
cobria o quarto. Deitei meu corpo na
cama fria, que passara o dia abandonada
e descansei a nuca sobre as mãos que se
casavam e se união entre os dedos.
Meus olhos se abriram ao escuro
para tentar imaginar sobre o nada
as cenas que minhas retinas desejariam
verdadeiramente ver. Vi uma raio de luz
da lua que invadia meu quarto entrando
por uma fresta da janela. Vi no pedaço de lua
a cor do sereno sobre a rua, vi sua cor prata
e nua, vi pintado na lua sua silhueta tão bela.
Vi seu rosto cantando, e ao ficar olhando vi o
sorriso dela. Virei-me e fiz planos pra nós, ouvi
meus sonhos, ouvi sua voz e senti saudade,
daquelas que queima o peito. Estendi o braço
que de pronto me obedeceu em ligar meu MP4
que repousava sobre um adaptador conjugado
á duas pequenas caixas de som e de imediato
o quarto se encheu de canções, aquelas canções
que o Kim da banda Catedral parece ter composta
pra mim. Disfarçadamente deixei uma lagrima rolar,
e ela lambeu minha face enquanto escorregava
por baixo do lóbulo da minha orelha até se esparramar
desesperada no travesseiro. Meu eu chorou. Meu corpo
dormiu na saudade. E a noite se repetiu...
[você deveria estar aqui]