quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Identidade



Eu não sou este olhar triste,
este rosto pálido, sombrio, sem expressão.

Eu não sou essa insegurança,
essa desconfiança, essa desafeição.


Eu não sou essa alegria fingida,
esse sorriso sem vida, jagado ao breu.

Eu não sou essa mascara no espelho,
esses olhos vermelhos,
em que curva fiquei eu?

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Retinas

Teus olhos não mentem,
por mais que me digas ódios fingidos,
eu sei que os teus supostos sentidos,
me dizem coisas que não sentem.

Sei que me amas e isso não vai mudar,
por mais que as circunstancias insistam comigo,
por mais que os meus olhos corram perigo,
sei que é contigo que mora o meu olhar.

Sei que teus olhos não mentem,
e os meus olhos consentem,
encontros casuais.

Nossos olhos conspiram amor,
em encontros que transmitem o teor,
dos nossos olhares fatais.

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Insonia.



Café, saudade e papeis me acompanham a noite,
na solidão dos meus pensamentos vago sozinho,
insistindo em dormir em paz, quando sei que não posso,
mas amanhã será outro dia, quem sabe me liberto.


Todas as noites são iguais,
todas as noites eu morro um pouco mais,
mas quem sabe amanhã me liberto.


Palavras gritantes aterrorizam meus papeis,
frases feitas,
rimas suspeitas,
versos cruéis.


Todas as noites são assim,
Todas as noites morro um pouco em mim,
mas quem sabe amanhã  te deixe ir.


sábado, 18 de fevereiro de 2012

Palavras.


Minhas palavras me seguirão aonde for,
aonde quer que eu vá,
minhas palavras cantarão o meu amor,
enquanto eu amar.


Elas falarão por mim,
gritarão por mim,
ecoadas aos quatro ventos.


Minhas palavras serão minha marca
deixada na areia para lembrar,
que ondas apagam marcas,
mas não as impedem de se tornarem mar.




sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Só.

As borboletas fazem amor com as flores,
a luz do sol se deita sobre minha pele,
há canção no ar, no brilhar do dia,
tudo em perfeita harmonia como se devia de estar.

Pessoas que sambam com o tempo,
corações que se queimam de amor,
mãos dadas nas ruas, olhares fitos,
bocas nuas, a borboleta e a flor.

Tudo segue seu curso normal,
o dia acorda e começa,
entre sonhos e promessas,
entre amores e beijos,
que se perdem no final.

Tudo, tudo é poesia,
entre sonhos, amores e dores,
mas eu, eu estou imensamente só,
não só de solitude ou só de solidão,
um só de ser só eu, um só de ser, então.

Um só de ser a nota dissonante,
de ser a expressão inrelevante,
de não compor o cenario,
estou só como antes, um só de solitario.

Um só de ser metade, um só sem você,
sem teu carinho,
um só de borboleta sem flor,
um só de morrer de amor, só de estar sozinho.


 

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Entrega.

Basta um sorriso teu pra que eu não me negue,
para que eu me lance ao teu bel prazer,
Basta um olhar teu pra que outra vez me entregue,
pra que eu consiga te entender.


Basta um toque teu pra que me carregue,
para que outra vez me leve,
Completamente pra você.


Com você eu não me perco, me encontro,
Com você, me entendo, me confronto,
Com você, não falta nada,
sigo a tua estrada e me sinto pronto.


Basta uma palavra tua para me levar,
para que teus passos seja a minha rua,
Basta uma palavra tua, para que eu realmente vá.


 

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Mistério.

Existem mistérios, por mais que não creias,
nas frases que citas, nas palavras ditas,
e por mais que eu repita,
na pele que cobre as nossas veias.

Existem mistérios até na distância,
na loucura mais santa da minha ânsia,
no desejo ardente de te ver.

Existe mistério quando me desespero,
quando não quero te ouvir e quero,
quando no meu silêncio espero,
ter a coragem de te esquecer.

Existem mistérios nas nossas fugas,
nas noites frias em que madrugas,
com medo de me perder.

Existe mistério que não existe,
até quando no fim das nossas brigas tristes,
existe uma esperança que sempre insiste
em querer nos manter.

Existe mistério quando foges de mim,
pois tua fuga sempre te trás aqui,
querendo um recomeço enfim, querendo reviver.

Existe mistério quando nos perdemos em frases feitas,
quando digo que te amo e tu suspeitas,
de ser verdade o que eu sinto,
de acreditar que eu não minto e que sofro por ti.

Existe mistério em amar tua voz,
em viver pensando em nós,
num "nós" que ainda não há entre tudo aliás.

Existe mistério quando a distância nos uni mais,
quando as lembranças sempre nos trás,
saudade que chega a doer, vontade que nos faz sofrer,
numa pequena lembrança fugaz.

Existe mistério quando me calo,
quando não quero falar e falo,
quando não posso te resistir.

Existe mistério quando me censuras,
quando em nossos momentos de loucuras,
esquecendo dos nossos carinhos e ternuras,
desistimos de nós outra vez,

Quando em seguida me procuras,
e esquecendo de todas as agruras,
vivemos o amor que só a gente fez.

É mistério o que há entre nós,
nada pode calar minha voz, pois o que há é muito sério,
não da pra resistir, não consigo fingir e nem definir,
o amor que há entre nós, é realmente mistério.