sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Vida à todos pulmões!




Talvez essas letras não toquem a alma de todos,
Mas quero expor aqui algo que toca a minha alma.
Sabe..? Às vezes começo o dia com uma prece
e um olhar longe que flutua leve por ares
distantes e breves, de um desejo que talvez
a alma rasgue-se de não aguentar.
Tem dia que meu dia começa nublado, e uma
sombra de voraz catadura me invade e inquieta
o olhar frio. Minha mente tece em meio à prece,
fontes de sonhos tal qual um rio, e corro,
e percorro o trajeto que percorre a poesia,
sinto-me completo, sou poema e dialeto,
linguagem da existência no raiar do dia.

Hoje experimentei essa sensação, a única
sensação que nos faz perceber ainda humanos.
Aquele sonho de ser feliz, e dividir felicidade.
Sim! Aquele sonho e desejo de sorrir a qualquer
custo, de viver a vida, e mesmo de susto, sorrir...
Aquele sonho te tocar a pele de quem amamos num
calor desenfreado de um simples abraçar.
Aquele sonho de ser real. De ser igual. De amar.

Hoje eu ponderei nessas coisas;
Pensei que a vida é a mesma para todos, e não
adiante questionar posições sociais, raça, cor
idioma, ideologia ou crédo.
A vida é quebrar segredos sutis. É viver sem medo.
É acordar cedo. É ser feliz, a qualquer custo feliz.

A vida é sorrir pra fora. É sentir o perfume de
um peito que aflora a alma. É não querer ir embora.
É esquecer da hora num olhar que acalma.

viver é ser criança. É entrar na dança e fazer passos
bizarros. É ser andança, quebrar balanças, apagar cigarros.

Viver é evitar curvas. Tocar sem usar luvas. É dividir
guarda-chuvas e compartilhar gargalhadas eufóricas!

Talvez você não perceba, mas nesse exato momento
uma criança nasce na Alemanha, no Japão, na China,
na Mongólia. E quando nascerá em você?!
É preciso perceber a vida com essa perspicácia
ou então à deixaremos passar despercebida.

O sol nasceu hoje. O por do sol nascerá hoje.
E você não pode esquecer-se de nascer.
Esvazie-se de si. Viva a magia que cada dia trás.
Seja hoje a sua poesia. Viva esse dia com gosto de
quero mais.
Abra os braços e abrace a vida! Refaça o que o
infortúnio desfez. Porque não importa por quantas vezes
as lagrimas se repetiram:
A vida, essa magia, só acontece uma vez!

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Os dias que não sou...

Tem dias que não sou eu...
Que as lagrimas dançam timidas e não rolam,
Que a face desnuda é úmida
e as tristezas não choram...

Tem dias que sou fuga,
Madrugada cruel,
chuva timida,
Cinza do céu...
Sem azul.

Tem dias que sou casca
Das que não racham facilmente.
Que sou semente, que germina e morre
Que sou rio que não corre.
Das águas que não são.

Tem dias que visto tristeza,
Manto negro/ Peito vazio.
Soluço sozinho.
Sem solução.

Tem dias que minhas escritas
São penosas,
São pesadas,
Prensadas, chorosas.

Tem dias que não sou...
Aqueles dias frios,
finos, canção de sinos,
Folha seca que voou.

Sou vacuo, mormaço,
Luz negra, poeira ao vento
Que vai e ninguém percebe,
e não faz falta, e não volta.

Tem dias que não volto
E ninguém vê...