domingo, 9 de setembro de 2012

Apagaram-se as rosas.



  Apagaram-se as rosas,
  Mas quem acendeu teu cheiro em mim?

  És tu, saudade indefinida?
  És tu, necessidade bruta e franca?
  Que no vazio da noite lanças angustias
  brancas?
  Ou é o contexto miserável da distancia ardida?

  Apagaram-se  as rosas,
  Mas quem me incendiou?

  No contexto central da saudade mórbida
  Estavam apagadas as minhas memórias de ti.
  Pelo menos pensei que estivera. Mas, és desenho
  feito a punho, que pensei ser rascunho, e não era.

  Apagaram-se as rosas,
  E pra onde fui eu depois que te ví?

  Te ví, não como a realidade existencial num ato,
  Mas na clausura libertina de meu tato,
  Desenhei-te como em sonho, e em face de meu
  desejo medonho, justificado estou de fato.

  Apagaram-se as rosas,
  E de mim, o que sobrou?

  A não ser o espectro sombrio da saudade tua,
  Não há em mim vigor algum que eu possua, ainda.
  A não ser imagens cruas da despedida,
  Nada em mim continua... Nem sonho... nem flor
  Nem perfume de amor, e muito menos a vida.
 
  [...] Saudade é morte que não tem fim!
 
 

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